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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Novembro, o 11º mês

Novembro é um bom mês, tempo da Azeitona (yupi), tempo dos Exames (yupi), tempo em que os hipermercados põem os brinquedos novos prontos para o Natal (yupi) e tempo em que os Ferrero Rocher colocam o seu chocolate à venda (yupi).

Pegando na última observação, fiquei a pensar o porquê de uma marca de tanto sucesso, ou seja, uma empresa que deve ter bons lucros, todos os santos Outonos põem sempre o mesmíssimo anúncio de uma cachopa (acho que até já se reformou) a entrar numa loja a procurar por chocolates que não estão à venda..(ohh). É sempre a mesma coisa! Diz-se que equipa que ganha não se mexe, mas possa…já está na altura de mudar!

Pegando na última palavra, vem à cabeça outro anúncio desta vez de ice tea. Este por sua vez quer pôr a palavra, ou melhor, o conjunto de letras “Mudasti” no dicionário. Ao que eu digo…NÃO. Qual é a piada disso? Para isso também colocavam as palavras: trocasti, falasti, cantasti, ganhasti. O que não é muito agradável de ouvir. A minha sugestão para este caso é eles pensarem noutra coisa. (Verdade seja dita, ajudas destas é que o país precisa!)

Pegando na última palavra do parágrafo anterior, posso dizer que é das palavras mais conflituosas da língua portuguesa. Coisa. Para já não tem sentido: “Dá-me aí essa coisa! Uhh fiquei a perceber tudo!”. Outra coisa deveras importante é encontrar uma palavra que rime com coisa!! Além de poisa…que nem é uma palavra convincente.

Pegando pela primeira vez neste texto na última palavra do parágrafo anterior, posso dizer que é daquelas coisas que me perturba a alma. Os trocadilhos. O rapaz chamava-se Vicente e o apresentador vira-se e diz: “foi uma actuação conVicente!”. Ahah muito bom. Mas na televisão tudo se faz. O rei dos trocadilhos é sem dúvida o Quim Barreiros e a rainha da noite o Fernando Mendes. Divirtam-se a ver num final de tarde o fantástico programa de adivinhar os preços de latas de conserva e aposto que trocadilhos engraçados não irão faltar.

Pegando, pela última vez, na última palavra posso dizer que me falta algum jeito para perceber o que as disciplinas de Física e Química, me vão ajudar na vida. Quem é que precisa de calcular forças no dia-a-dia?

Nada melhor que um exemplo:



Qual o módulo da velocidade que existe ao elevar a colher com 4 gramas de cereais à boca sabendo que f($)=0,92+-0,34.

Note-se que x=45º. Calcule a força gravítica exercida na colher pelo agente terra.

Será que com 3 Newton de força consigo levar o corpo (colher) à boca?

Qual o significado da expressão Fe – T1 =m1a1x no problema.

(Diga-se que este exemplo não tem qualquer base científica, se não tivessem reparado.)

Bem, vou aviar uma vida.

Rui Freire

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

100 Dias de Férias

Depois de 100 dias de férias (acreditem porque contei), lá vi que estava na altura de voltar à escola. Fiquei colocado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, em Engenharia e Gestão Industrial. Uh, pelo nome vê-se que é coisa imponente! Mas…ciências? Pois, fiz o meu secundário todo com economia e geografia à perna e agora vou para ciências? Digamos que gosto de experimentar coisas novas, (ou então foi porque nem a Universidade Sénior Albicastrense me quis) mas por um lado se conseguir acabar o curso posso dizer que, além de um Homem culto e com conhecimento em variadas áreas, fui um aventureiro!!! Contudo se repararem bem o se está a negrito por causa das coisas…

No dia da inscrição soube que ia apanhar uma injecção de uma coisa denominada Matemática 0, durante uma semana, com exame no fim. Não reagi bem à dose e agora fico internado até ao fim do ano com está doença. Posso dizer que comecei o ano com uma cadeira em atraso. (5 pessoas a perguntarem-se “mas com isto é possível começar o ano com uma cadeira em atraso?”). Manias…

Passada essa semana, lá chegou o bem dito horário com as minhas disciplinas que são mais ou menos estas: Química, Física, Álgebra e Desenho técnico. Fácil para quem teve economia e geografia 3 anos…(Ironia).

Como podem pensar a primeira semana foi engraçada, mas foi mesmo! A começar pela escola…

Escola – Ironia das ironias uma escola que forma tantos engenheiros civis por ano, fica alagada nos corredores quando choveu apenas umas pinguinhas.
E as aulas…

Álgebra – Típico professor de faculdade que está contra tudo e todos. A dar as aulas parece que está a ler o teleponto, porque só olha para a fila da frente…numa sala com 50 pessoas digamos que pouco se ouve. Além de criticar “um sujeito com um nome de filósofo”, crítica até o próprio reitor da escola bem como tudo o que é ministérios e tralha dessa. Ao menos solta um sorriso maroto quando acaba os seus devaneios.

Química – Só tive isto no 9º ano, ou seja pouco pesco disto. Mas já aprendi uma fórmula! A da sacarose (C12H22O11), para os incultos, isto é o açúcar. Estava o professor a explicar que depois de queimado o açúcar vai dar dióxido de carbono quando subitamente um crânio, futuro engenheiro deste país (não estou a falar de mim), se levanta e pergunta: “Mas professor, quando queimamos o açúcar não vai dar caramelo?”… é o que me lembro desta aula.

Física – Mais uma coisa que sei e aprendo desde pequenino. Começou bem, “quem é que nunca teve física no secundário?”, lá se levanta um braço, um bonito braço que era o meu, e que recebe uma resposta do professor algo do género:”bem, vais ter que estudar um pouco mais que eles…!”. Digamos que é aquela frase que qualquer um gosta de ouvir de um professor.

Desenho técnico – Fixe! Desenhos! Isso percebo eu, quem conhecia os meus livros sabe bem do que falo. Mas para chatear tem muito pouco relativo a desenhos. Para variar tinha que vir a “Frase da Aula”. “O objectivo desta disciplina é que vocês quando estiverem a explicar um assunto a alguém, tirem de um papel e de uma caneta e produzam um pequeno esboço”. Vou estar um semestre a estudar para saber fazer um pequeno esboço. Isto é o que se chama de ir ao pormenor. Mas o incrível foi a aula de hoje. Posso dizer que fui à Universidade para ter uma aula em que aprendi a fazer o ABECEDÁRIO …Insólito. É a pura das verdades. Fiz o abecedário e o meu nome numa folha quadriculada em itálico. Muito bom.

Mas fora isto, a escola até é porreira e tem árvores.

Bem, vou aviar uma vida.

Rui Freire

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Desabafos da República

No centenário da República não podia deixar passar esta marca que é tão influente na nossa vida quotidiana, ou não.

Um texto que fiz para o jornal da escola (uhh andas a evoluir - "Esalpicos" no futuro
"Dica da Semana", o céu é o limite):

“Manso é a tua tia pá”, o que eu aturo. Tenho 100 anos e cada vez mais se esquecem que estou a olhar por eles.

Um olho para ver, outro para ser visto. Mas não, entretidos a discutir o “Portugal dos Pec-nitos”, vão para outro espaço que não abrange os meus princípios.

Houve tempos em que me fartei disto. Consegui um fim de semana de férias e fui até ao Rio de Janeiro, foi lá que conheci a moda do topless. Depois não quis outra coisa eheh.(se bem que alguns mais pudicos insistam em me tapar). Mas voltei, Portugal não consegue viver sem mim, sou uma estrela. Férias agora? Vou as cadelinhas à Costa e pouco mais.

O Cristo Rei telefonou-me. Na palheta com ele é que comecei a ver que já estou velha para isto. Dói-me a cabeça, já viram o que é aturar aquela gente todos os dias? O problema é que alguns vão para ali com se fossem para o café.

Mas antes é que era bom, até “palhaço” chamavam uns aos outros. Parece uma tourada autêntica, um já se lembrou de fazer “corninhos”, só falta mesmo irem a correr e fazer uma pega de caras.

E quem pensa que há assuntos restritos na Assembleia da República anda muito enganado, até do “truca-truca” se falou há uns anos. Decorria o ano de 1982, debatia-se a interrupção voluntária da gravidez, quando Natália Correia em resposta a ao deputado João Morgado, que disse que «O acto sexual é para ter filhos», proferiu o seguinte poema: “Já que o coito, diz Morgado/ tem como fim cristalino/ preciso e imaculado/ fazer menina ou menino/ e cada vez que o varão/ sexual petisco manduca/ temos na procriação/ prova de que houve truca-truca/ sendo só pai de um rebento/ lógica é a conclusão/ de que o viril instrumento/ só usou parca ração! - uma vez/ E se a função faz o órgão – diz o ditado/ consumada essa excepção/ ficou capado o Morgado.” Isto é que eu gosto, já que há debate, que haja criatividade!

Sabiam que existe um manual do deputado? É um género de manual de instruções em que diz o que se pode e não se pode fazer na Assembleia. Mas como todo o Zé Povinho, ninguém quer saber daquilo e depois os resultados estão à vista.

Do palácio de S.Bento, não me posso queixar. Tenho tudo, restaurantes, bar, banco e até uma agência de viagens! Pergunta óbvia, para quê uma agência de viagens numa assembleia? Será que tem descontos para paraísos fiscais? Mwahah, Sou mesmo mazinha.

Vou tratar de vida, amanhã lá volto à minha rotina, a ver os senhores deputados agredirem-se verbalmente com metáforas muito giras e com ironias muito apuradas e simpáticas.
Mas será que este país podia ir para a frente sem este ambiente fofo na Assembleia da Republica?

Podia, mas não era a mesma coisa…

in Esalpicos de junho de 2010

Bem, vou aviar uma vida

Rui Freire

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Absurdos II

Certa manhã, estava a minha mãe a atar-me os sapatos quando me vem um pensamento à cabeça.
“Possas, de quantas ovelhas preciso para viver?”
Só que depois a ideia desapareceu com o micro-ondas a dizer que o leitinho já estava morno.


Estão a chegar as férias da Pascoa e chega também as dores de cabeça dos pais:


“Ai, o meu querido filho vai para os llorets e ainda me perde o juízo pelas espanhas”


E também as dos filhos:


“Ai, a minha quintinha e as folhinhas de couve que plantei, quem vai lá ordenhar a minha vaquinha rosa que dá leite de morango?”


Mas esse jogo é uma boa forma de mostrar às crianças que o leite de morango não vem das prateleiras do supermercado e mostrar aos adultos que passado 2 dias nasce uma couve e que dá muito dinheiro a agricultura. Ahaha estou a brincar, a agricultura não dá dinheiro nenhum.


Mas para ser realista era porreiro assim uma praga de gafanhotos ou um verão assim mais apertado para secar tudo, ou a gripe A, assim seria tudo mais engraçado e realista…


Tristeza,


Bem, vou aviar uma vida


Rui Freire