Todos sabem que só na zona interior do país tem esta coisa fantástica dos bailes de verão, no litoral já são as famosas feiras populares e romarias…não é que não existem por estes lados mas são menos usuais…
Tive o prazer de visitar uma na zona de Aveiro e tem muito que se lhe diga…
Logo na entrada estão as carrinhas daqueles homens que tem paleio que nunca mais acaba, a vender panos e paninhos, edredons e colchas e pares de meias com raquetes e bandeira portuguesa.
Só ai dá logo vontade de pegar numa cadeira e assistir ao stand up dos pobres…
“Minha senhora, em vez de dar 10€ para a sua menina ir há discoteca por uma noite, compre estas 4 toalhas por esses 10€ para o enxoval que dura uma vida inteira!”
E depois entram ao despique entre carrinhas…
“-Vá lá ver minha senhora 10 pares de meias por 5 euros!
-Colega já está a passar o seu tempo!!
-É só vender mais isto amigo!...
(passado 10 minutos)
-Pronto é tudo seu colega!!
-Como o cromo do meu colega ocupou o meu tempo a vender as tralhas eu vou começar a dar coisas…”
E assim chamam os velhotes perto das suas carrinhas dando baralhos de cartas e máquinas de barbear…
Depois começam aparecer as bancas com saldos maravilhosos do outro mundo e carradas de gente a vasculhar no meio das roupas…
Mais a frente começa a saga dos óculos… mesas e mesas de negros a vender o óculo da moda com caixa e tudo…e também aqueles que vendem aquelas estatuas africanas…sim ninguém compra aquilo mas existem peças e peças daquelas pela feira…
A parte mais engraçada é quando encontramos os índios peruanos a tocar (ainda) o Titanic em flauta de pã com as suas roupinhas e penas.
O que me chocou na visita a feira foi mesmo na zona dos carrosséis, o trabalho infantil que para lá havia, tive oportunidade de observar um caso…
Havia lá uma menina que não tinha mais que 6 aninhos a recolher os bilhetes das pessoas na lagarta… depois pediu à mãe e foi andar nos carrinhos de choque para as crianças…parecia um peixe na água… a guiar no meio das criancinhas como se tivesse feito aquilo desde que nascerá (é o mais provável).
Mas sim, é agradável passear e não ter estas tristes observações parvas das pessoas que ganham a vida nas feiras…
Anexo: (já começou a escola…bah)
Bem, vou aviar uma vida
Rui Freire